O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer as imensas potencialidades da atividade espacial, apenas quatro anos após o histórico lançamento do primeiro satélite artificial pela antiga União Soviética.
Em 1960 o presidente Jânio Quadros estabeleceu uma comissão que objetivava a elaboração de um programa nacional para a exploração espacial. Em decorrência destes trabalhos, em agosto de 1961 formou-se o Grupo de Organização da Comissão nacional de atividades espaciais(GOCNAE), funcionando em São José dos Campos. Seus pesquisadores participavam de projetos internacionais nas áreas de astronomia, geodésia, geomagnetismo e metereologia.
O GOCNAE deixou a cena com o surgimento, em abril de 1971, do Instituti nacional de Pesquisas espaciais.
Desde a criação do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) o atual Centro Técnico de Aeronáutica, EM 1946, O País vem acompanhando os progressos internacionais no setor aeroespacial. Com a criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), passou-se a dispor de uma instituição plenamente capacitada à formação de recursos humanos altamente qualificados em áreas de tecnologia de ponta. O CTA, por meio do ITA e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), desempenhou uma função essencial na consolidação do programa espacial brasileiro.
FOQUETES BRASILEIROS
Na década de 60, o Ministério da Aeronáutica, com o Grupo Executivo e de Trabalho e Estudos de Projetos Espaciais(GETEPE), iniciou seu programa de construção de foguetes. O GETEPE tinha como finalidade escolher e construir um campo de lançamento de foquetes, preparar equipes espacializadas em lançamento de foguetes e estabelecer programas de de sondagem meteorológicas e ionosféricas em cooperação com instituições estrangeiras. A família de foguetes de sondagem (I ao IV) constituiu-se na base do Veículo Lançador de Satélites(VLS),cuja finalidade é a colocação de satélites em órbita. O vôo do primeiro protótipo do VLS-1 ocorreu em novembro de 1997, e os segundo em 1999, estando previstos os lançamentos de mais dois modelos de qualificação.
SURGE UM CAMPO DE LANÇAMENTO DE FOGUETES – CLBI
Já em 1965 era lançado, pela primeira vez em território nacional, um foguete Nike-Apache, a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI),em Natal, órgão do então Ministério da Aeronáutica. Até hoje este Centro já efetuou mais de dois mil lançamentos de engenhos espaciais e atua como uma das estações rastreadoras dos foguetes Ariane, da Agência Espacial Européia (ESA).
A COORDENAÇÃO DO PROGRAMA
No início da década de 70 foi criada a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE)-órgão vinculado ao Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA)- com o objetivo de coordenar e acompanhar a execução do programa espacial.Tal papel coordenador, em fevereiro de 1994, foi transferido à Agência Espacial Brasileira(AEB). A criação da AEB representa uma mudança na orientação governamental , ao instituir um órgão de coordenação central do programa espacial, inicialmente subordinado diretamente à Presidência da Republica e agora vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
A MECB
A aprovação em 1980 da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB)- que previa o desenvolvimento e construção de satélites nacionais para coleta de dados e sensoriamento remoto, lançados por um veículo nacional lançador de satélites a partir de um centro nacional de lançamentos- constituiu-se em acontecimento fundamental ao efetivo desenvolvimento de nossas atividades espaciais.
UM NOVO CENTRO DE LANÇAMENTO – CLA
No início dos anos 80 foi implantado no Maranhão o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Abre-se uma nova base de lançamento de foguetes visando a operacionalização do VLS-1 ambos sob a responsabilidade do Comando da Aeronáutica.
O SATÉLITE BRASILEIRO SCD-1
Em fevereiro de 1993 o primeiro satélite artificial nacional é colocado em órbita através dp foguete norte-americano Pegasus. O satélite de Coleta de Dados-1 (SCD-1), ainda operacional,tem como meta a coleta de dados ambientais originados em território nacional,sendo controlado pelo INPE. O SCD-1 representa a consolidação de um dos objetivos da MECB.

A MISSÃO ESPACIAL COMPLETA BRASILEIRA
Em 1980 a Presidência da Republica aprovou a realização de uma Missão Espacial Brasileira e estabeleceu que esta seria um programa integrado, visando o projeto, o desenvolvimento, a construção e a operação de satélites de fabricação nacional, a serem colocados em órbitas baixas por um foguete projetado e construído no país e lançado de uma base situada em território brasileiro. Ao IAE ,coube o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS).Ao INPE, o desenvolvimento dos satélites e as estações de solo correspondentes. Ao CLA, o encargo de realizar as atividades referentes á operação de lançamento do VLS e ao CLBI , operar como estação no acompanhamento do lançamento, com seus radares e meios de telemetria.
CONHEÇA O VLS – VEÍCULO LANÇADOR DE SATÉLITES
Os lançadores para micro e pequenos satélites têm o objetivo de contribuir para a finalização do Veículo Lançador de Satélites (VLS), incluído na Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), e desenvolver novos veículos da mesma classe, com a missão de lançar satélites entre 100 a 300 Kg, em órbita circular, de 250 a 1000 Km de altitude. No segmento de veículos da mesma classe destaca-se o Veículo Lançador de Microssatélite, doravante denominado VLM, para atendimento às missões de colocação em órbita de satélites até 100 Kg.
O desenvolvimento do VLS-1 teve, efetivamente, o seu início em 1984, após o primeiro lançamento do foguete Sonda IV. O projeto do VLS-1 baseou-se numa premissa de que o sistema deveria fazer o máximo uso da tecnologia, dos desenvolvimentos e das implantações já disponíveis no País. O embargo sofrido pelo País, por muitos anos, no que se refere ao fornecimento de componentes com aplicação espacial, fez com fossem aplicadas soluções de contorno para a substituição de componentes inicialmente especificados para o projeto VLS-1, então disponíveis para a venda no mercado ocidental. Isto acarretou a necessidade de novos desenvolvimentos e/ou a procura de novos fornecedores, acarretando atrasos sucessivos no programa de desenvolvimento do projeto.
As novas tecnologias e componentes desenvolvidos para o VLS-1 foram testados, dentro do possível e disponível para a ocasião, não apenas na série de veículos Sonda IV, mas também no veículo denominado VS-40, onde se qualificou em vôo componentes da parte alta do VLS-1, incluindo o seu quarto estágio, que precisava ser testado em condições de vácuo.
Para se chegar ao modelo atual do VLS-1, foram analisadas quinze concepções, chegando-se, ao final, à configuração em cluster, com quatro propulsores geometricamente distribuídos em torno de um corpo central, configuração semelhante à utilizada em diversos lançadores operacionais. O seu desenvolvimento é uma conseqüência natural de aproximadamente 25 anos de experiência acumulada pelo IAE em foguetes de sondagem.
O VLS-1 tem a característica de ser veículo convencional, da classe dos pequenos lançadores, descartável, com quatro estágios, com comprimento de 19 metros, com massa total de 50 toneladas lançado de uma plataforma terrestre, e um empuxo que chega a 1000 KN. A propulsão inicial é garantida por motores a propelente sólido, em todos os estágios, com capacidade de colocar em órbita circular, de 250 a 1000 Km de altitude, satélites de 100 a 300 Kg.
Abaixo destaca-se cada estágio do VLS-1:
Nos lançamentos dos protótipos V01 e V02, realizados entre 1997 e 1999, respectivamente, problemas técnicos impediram o cumprimento da missão, mas permitiu a qualificação em vôo de diversos componentes do veículo. O protótipo V03, cujo lançamento deveria ter ocorrido em 2003, resultou em acidente, em 22 de agosto daquele ano, antes da tentativa de lançamento.
Nos lançamentos de qualificação, o VLS foi programado para cumprir a seguinte trajetória:
Crédito: IAE
O Projeto VLS-1 vêm contribuindo sensivelmente para o desenvolvimento de tecnologias e da indústria nacional, principalmente a relacionada ao setor espacial, beneficiária da transferência de tecnologia de ponta desenvolvida no IAE e com encomendas de fabricação de componentes nas área de mecânica de precisão, eletrônica, propulsão, materiais sensíveis, entre outros.
Como exemplo da participação industrial, temos abaixo a indicação de algumas empresas e subsistemas fornecidos para o VLS:
No fornecimento de matéria-prima e padonizados
Nos serviços de conformação mecânica e usinagem
Na fabricação de proteções térmicas
De tratamento térmico e envelopes-motores
Na fabricação de envelopes-motores e componentes de material composto
Nos componentes pirotécnicos etc.
Encontra-se em fase de estudos de definição e desenvolvimento e qualificação de seus sistemas e subsistemas, que serão testados no foguete de sondagem VS-43, o Veículo Lançador de Microssatélite, denominado VLM, para atendimento às missões de injeção em órbita de satélites até 100 Kg.
O VLM será um veículo de quatro estágios, que tomará como base a parte central do VLS-1, os 2º, 3º e 4º estágios do VLS-1, acrescido de um 4º estágio e lançado da mesma plataforma do VLS-1.
FONTE: Agência Espacial Brasileira
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